Wednesday, November 23, 2005

Às três da manhã.

Às três da manhã ele veio até nosso quarto acendeu a luz e disse:
-"olhe para mim, é a última vez que me vê". Sonada, mal entendi, mais tarde decifrei.
Ouço um barulho ensurdecedor, levanto sem entender o que acontece, ele está caído no chão da varanda, a cabeça arrebentada, sangue por toda parte, cheiro de sangue, pego no revólver, tento entender como foi. Corro desesperada pela casa, não há ninguém para chamar, grito por socorro, ninguém ouve, não há ninguém perto. Os cães fuçam o corpo, lambem o sangue. Sento no chão e choro, grito desesperada, não preciso ter vergonha, ele não está mais ali.

Friday, November 04, 2005

Se aproxima em silêncio,olha o olho mágico.
Não, não pode abrir, esperou tanto, hoje não poderá abrir.
Como explicar que ontem arrancou do ventre, hoje seco, o filho que poderia ser seu?