Thursday, April 19, 2007

Fome de amor

Quando os olhos dele pousaram nos dela depois de tanta ausência, o peito disparou, mal entendeu o que ele disse, queria sair dali o mais depressa possível, recuperar o fôlego. Todos em volta passaram a intrusos. Caminharam em silêncio até o estacionamento. Num acordo silencioso dirigiram-se para o carro dela.
-Senti sua falta, ela disse insegura.
-Precisei viajar às pressas, ele respondeu.
Não disse mais nada, beijou-a, as mãos subindo pelas coxas lisas, buscavam o sexo intumescido.
-Abra mais as pernas, ele dizia.
Minutos depois numa cama de hotel, ela, receptiva, recebia o membro rijo em sua boca como num gesto litúrgico.
Depois abria-se despudorada, morna e úmida. Desta vez não em fantasia. Ele estava ali, os olhos verdes a devorando.

Sunday, April 08, 2007

Enquanto o sol se esconde no poente

Enquanto o sol se esconde no poente

Largo o livro,
deito no solo tépido.
O céu azul desbota-se ao entardecer.
Logo virá o lilás.

O urubu em vôo ágil corta o anil.
Deixou em terra o que restou da carcaça podre.

Só há você em mim-
como fragrância me persegue.
Tento me livrar.
Desisto.
Sinto suas mãos firmes em mim.
Busca caminho.
Então, me abro despudorada,
enquanto o sol se esconde no poente...